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DOM GILIO    

 

Natal é tempo especial de Presente.
É tempo que Deus Fez para nós. É muito triste um Natal sem
Presente. É claro que a palavra presente fala de presença, partilha fraterna, amor rico em misericórdia. Sem essa dinâmica o verdadeiro Natal não acontece. Quem vive para si empobrece o seu viver. “Morre na casca”, machucando o plano de
Deus. O tempo litúrgico do Advento, neste ano, marcado pela mensagem do “Jubileu da Misericórdia”, proclamado pelo Papa Francisco, não deixa dúvida quanto ao que devemos fazer para
garantirmos um Feliz Natal. A literatura bíblica do antigo e do novo Testamento apresenta-nos um Deus preocupado em presentear as suas criaturas com o melhor de Si. Mas, ao mesmo tempo, “ansioso” para receber o melhor que cada criatura pode Lhe oferecer. Os quatro evangelistas - Mateus, Marcos,
Lucas e João – não fazem qualquer referência ao dia exato do nascimento de Jesus Cristo. Priorizam o essencial: O Presente de Deus para a humanidade e o presente da humanidade para Deus. Percebemos que os evangelistas não dão muita importância para a data exata do Natal. O importante para eles é mostrar a excelência do Presente oferecido por Deus em
Jesus Cristo. Diante de uma festa pagã, celebrando o
nascimento do Sol Invencível, instituída pelo imperador romano Aureliano, os primeiros cristãos reagiram e descobriram no mundo pagão as sementes do “Verbo do Deus presenteador”. Então, com muita sabedoria os cristãos passaram a vivenciar um processo de inculturação de tal modo que a referência simbólica das divindades permaneceu a mesma. Mas, a substância teológica das mesmas mudou radicalmente. A festa em honra
ao deus sol, celebrada pelos pagãos no dia 25 de dezembro, deu lugar à festa do grande Presente da humanidade, o nascimento de Jesus Cristo, o verdadeiro Deus, Sol da Justiça e a Luz do Mundo. Natal é uma data bendita porque nela comemoramos “o rosto humano de Deus e o rosto divino do homem”; Rosto de perfeito amor rico em Misericórdia”. Diante da espantosa generosidade e gratuidade de Deus, algumas perguntas, alargam em nossos dias as perguntas dos pastores e reis magos na Palestina: Onde está o Messias que irá nascer; Ondeestá o Menino Deus? Onde procurá-lo paraagradecer-lhe e adorá-lo? Onde?... A Resposta está numa frase que virou canção, muito conhecida entrenós: “Pela Palavra de Deus, saberemos por onde andar”..., como achar o “rumo certo” e como percorrer o caminho, acolher a verdade e celebrar aVida de Jesus Cristo, Presente Maior dado por Deus à humanidade. Jesus Cristo convidou os seus apóstolos econvida a cada um de nós para celebrarmos a sua Memória presenteando o mundo com as virtudes da fé, da esperança e da caridade.

 

                                        Obras de Misericórdia 

 

 Misericórdia é uma Palavra que expressa muito bem aquilo o Filho de Deus, Jesus Cristo, veio realizar no mundo; é a dimensão mais importante do primeiro e maior de todos os mandamentos de Deus e da Igreja;

é o que fazemos ou podemos fazer para curar as feridas do corpo e da alma  dos nossos semelhantes.

Jesus promete uma grande recompensa para quem vive a misericórdia: “Bem-aventurados os misericordiosos porque alcançarão misericórdia”(Mt 5, 7). Aqueles que realizam obras de misericórdia tornam-se benfeitores do mundo, discípulos missionários de Jesus Cristo.

O Papa Francisco ao escrever a sua Encíclica “Laudato Si” convence-nos de que “cuidar da terra, nossa casa comum”, é uma excelente obra de misericórdia, corporal e espiritual. São dele essas palavras: “O urgente desafio de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar. O Criador não nos abandona, nunca recua no seu projeto de amor, nem Se arrepende de nos ter criado. A humanidade possui ainda a capacidade de colaborar na construção da nossa casa comum. Desejo agradecer, encorajar e manifestar apreço a quantos, nos mais variados setores da atividade humana, estão trabalhando para garantir a proteção da casa que partilhamos” (LS 13). As obras de misericórdia santificam as pessoas e as tornam agentes de um mundo melhor, desenvolvido e solidário.  

 

Segundo a tradição da Igreja Católica as obras de misericórdia são 14; sete corporais e sete espirituais, a saber:

Corporais !

1.       Dar de comer aos famintos.

2.      Dar de beber aos que tem sede. Quando nos deparamos com a falta de água, nos damos conta de sua fundamental importância. Dar de beber não se restringe ao gesto estrito, mas se amplia para a consciência do cuidado da terra nossa casa comum.

3.      Vestir os nus. Cobrir o corpo não é sinal de que nos envergonhamos dele, mas, antes pelo contrário, expressa o respeito pelo templo de Deus.

4.      Acolher o estrangeiro.

5.      Visitar os enfermos.

6.      Visitar os encarcerados.

7.      Sepultar os mortos. Estar junto aos que sofrem com a morte de um ente querido, chorar sua dor e ser suporte, nos aproxima enquanto cristãos que caminham sem temor para o encontro definitivo com o Ressuscitado.

Obras espirituais!

1.      Aconselhar os duvidosos. Não consiste em decidir pelo outro, mas sim em ajudá-lo a compreender seu real problema e por si mesmo chegar a uma solução para sua dúvida.

2.      Ensinar os Ignorantes. Essa  misericórdia consiste em resgatar das trevas do erro e do relativismo àqueles a quem o Cristo redimiu por sua paixão.

3.      Admoestar os pecadores. Sob a mística do cuidado, fomos feitos guardiões de nossos irmãos, pois nosso desejo de cristãos é que todos se salvem.

4.      Consolar os aflitos. Não é obra fácil consolar o irmão aflito. Para isso, não existe receita pronta. Somente uma coisa consola a pessoa aflita: o amor.

5.      Perdoar as ofensas. Sabe bem perdoar aquele que se compreende um “perdoado”.

6.      Suportar com paciência as injustiças. Não legitimando a maldade mas, procurando viver a arte de amar e perdoar como Jesus amou e perdoou.

7.      Rezar a Deus pelos vivos e pelos mortos. Quem não reza não se percebe necessitado de Deus e dos irmãos e acaba fechando-se no egoísmo que sufoca a vida. 

 

 

 

 

                                           SITE DIOCESANO!

 

Com o entusiasmo carismático do Padre Airton Machado Gusmão, nosso Coordenador Diocesano da Ação Evangelizadora e com a generosa e competente assessoria dos seminaristas e membros do Conselho Editorial do Participação, finalmente estamos inaugurando, nosso sonhado “Sítio Diocesano”. Por coincidência e valorosa  providência ele nasceu no apagar das luzes das comemorações do Jubileu de ouro do Concílio Vaticano II, que, entre os 16 Documentos, que produzira  para renovar a vida e a missão da Igreja Católica no mundo, apresentou um Decreto intitulado “Inter Mirifica”, falando,  pela primeira vez, na história da Igreja, sobre a obrigação e o direito desta Igreja utilizar os instrumentos de comunicação social. Este decreto começa dizendo: “Entre as maravilhosas invenções da técnica que, principalmente nos nossos dias, o engenho humano extraiu, com a ajuda de Deus, das coisas criadas, a santa Igreja acolhe e fomenta aquelas que dizem respeito, antes de mais, ao espírito humano e abriram novos caminhos para comunicar facilmente notícias, idéias e ordens. Entre estes meios, salientam-se aqueles que, por sua natureza, podem atingir e mover não só cada um dos homens, mas, também as multidões e toda a sociedade humana, como a imprensa, o cinema, a rádio, a televisão e outros que, por isso mesmo, podem chamar-se, com toda a razão meios de comunicação social”... A mãe Igreja sabe que estes meios, retamente utilizados, prestam ajuda valiosa ao gênero humano, enquanto contribuem eficazmente para recrear e cultivar os espíritos e para propagar e firmar o reino de Deus(Inter Mirifica 1-2). Deus abençoe o nosso Síte Diocesano, tornando-o instrumento de união e progresso de Nossa Igreja Particular, convocada a ser e fazer discípulos missionários de Jesus Cristo na Região da  Campanha e no mundo (Mt 26, 16-20). 

 

 

A Ex p r e s s ã o  da   I g r e j a   

 


Samaritana faz referência à uma 
Parábola que Jesus contou para
mostrar como deve ser vivido o
seu mandamento maior. (Lc 10,
25-37).

 


As Constituições, decretos e declarações do
Concílio Vaticano II, bem como o Magistério do Papa
Francisco induziram-nos a apelidar Nossa Família
Diocesana de Igreja Samaritana.
Penso que o processo de elaboração do 22º Plano
Diocesano de Evangelização, deve reafirmar esse
“apelido” que expressa plenamente a maneira de assumir
a quinta urgência da Ação Evangelizadora da Igreja no
Brasil: Igreja a serviço da vida plena para todos.
Quando abrimos a Gaudium et Spes (Alegria e
Esperança) - Constituição do Concílio Vaticano II – e
lemos o seu exórdio, encontramos ali as características e
os fundamentos da “samaritaneidade” da Igreja Católica.
A Gaudium et Spes, no número, diz: “As alegrias e as
esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de
hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que
sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as
tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há
realidade alguma verdadeiramente humana que não
encontre eco no seu coração. Porque a sua comunidade é
formada por homens, que, reunidos em Cristo, são
guiados pelo Espírito Santo na sua peregrinação em
demanda do reino do Pai, e receberam a mensagem da
salvação para a comunicar a todos. Por este motivo, a
Igreja sente-se real e intimamente ligada ao gênero
humano e à sua história”
Os rostos sofredores dos pobres são rostos
sofredores de Cristo. Eles desafiam o núcleo do trabalho
da Igreja, da pastoral e de nossas atitudes cristãs. Tudo o
que tenha relação com Cristo tem relação com os pobres,
e tudo o que está relacionado com os pobres clama por
Jesus Cristo. No ensinamento sobre o Juízo final, Jesus
Cristo diz: “Tudo quanto vocês fizeram a um destes meus
irmãos menores, o fizeram a mim” (Mt 25,40). São João
Paulo II disse que este texto bíblico “ilumina o mistério
de Cristo”. Porque em Cristo o grande se fez pequeno, o
forte se fez fraco, o rico se fez pobre”. E nós podemos
dizer que diante do pobre deve se tornar “samaritana” ou
não deixará de ser Igreja de Cristo. Se nossa opção é
radical (de raiz) por Jesus Cristo naturalmente se
desdobra em opção preferencial pelos pobres. A
verdadeira fé em Cristo “produz solidariedade
(humanidade) como atitude permanente de encontro,
irmandade e serviço. Ela se manifesta em opções e gestos
visíveis, principalmente na defesa da vida e dos direitos
dos mais vulneráveis e excluídos, e no permanente de
encontro, irmandade e serviço.

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